Medida inibe ação de criminosos que roubam veículos para depois revender as peças
Segundo a base de dados do Grupo Tracker, empresa do ramo de rastreamento e localização de veículos, o número de furtos e roubos de motocicletas no Brasil teve um crescimento de 82,1% nos primeiros quatro anos de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022.
Um dos aspectos mais preponderantes nesse tipo de crime é o desmanche do veículo para a revenda ilegal de peças de moto. Então, como evitar isso? Nos últimos tempos, uma alternativa que vem sendo cada vez mais utilizada pelos donos de motocicletas é a aplicação da chamada “vacina antifurto”.
Apesar do nome, não se trata de uma injeção ou nada parecido, e sim de uma marcação feita de maneira profunda nas principais peças da moto. O resultado é um impedimento da revenda dos itens, já que isso denuncia ao comprador ou revendedor que o material é fruto de um crime.
Vacina antifurto: o que é e como funciona
A vacina BCG, imunizante que protege contra tuberculose e é aplicada nas primeiras 12 horas de vida do bebê ou até os 4 anos de idade, é facilmente reconhecida por conta da marca que deixa no braço de quem a recebe. A ideia da vacina antifurto, por sua vez, é bem semelhante.
Com uma máquina específica, é criada uma marcação com o número da placa ou do chassi em todas as peças que são removíveis de um veículo — seja caminhão, carro ou moto. Isso faz com que a revenda dessas peças seja mais difícil, pois evidencia ao comprador que se trata de um item advindo da ilegalidade.
Ao mesmo tempo, são aplicados adesivos refletivos nas peças “vacinadas”, o que acaba inibindo a ação dos bandidos, já que tais veículos acabam gerando mais transtornos na hora do desmonte e revenda de peças. O custo da aplicação da vacina antifurto em motocicletas gira em torno de R$ 150 a R$ 220.
Conforme destaca Edgar Francisco da Silva, presidente da Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil (AMABR), a vacina antifurto tornou-se algo indispensável para indivíduos que usam o veículo para o trabalho em São Paulo e na região metropolitana.
A ideia é simples: o adesivo refletivo avisa que a moto é “vacinada”. Nesse sentido, “o ladrão olha de longe e desiste de furtar a moto, procura outra”, explica o presidente da associação. Para ele, trata-se de “um investimento pequeno em relação ao benefício”. Todo mundo que conhece a novidade quer vacinar”, diz.
Não à toa, até mesmo frotistas têm aderido a essa medida de segurança, a exemplo da Motoca, empresa de aluguel de motos que aplicou a vacina antifurto em todas as suas 900 motocicletas. “É uma alternativa que encontramos para fugir da insegurança”, conclui Edgar.
Número de roubos e furtos é alarmante
A maior capital e também maior cidade do país, São Paulo, é também um dos lugares onde os crimes de furto (subtração de patrimônio alheio sem violência) e roubo (subtração de patrimônio alheio mediante ameaça e/ou violência) de motos mais têm crescido no Brasil.
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, no primeiro semestre deste ano houve um aumento de 29% desse tipo de crime na região metropolitana comparado com o mesmo período de 2022. Isso significa 15.210 subtraídas, sendo 62,1% furtadas e 37,7% roubadas.
As motos mais visadas pelos criminosos, segundo a empresa de seguros e monitoramento Ituran, têm sido os de alta cilindrada. Os modelos mais roubados e furtados, em 2022, foram a Honda CG 160, CG 150 e CG 125 juntamente com a Honda CBX 250 Twister e Yamaha Fazer 250.
Por isso, não deixe de aplicar a vacina antifurto e garanta que sua moto fique protegida de qualquer perigo!