Nadadores brasileiros, por exemplo, relatam benefícios; médica neurocirurgiã explica o potencial
Pela primeira vez, a Agência Mundial Antidoping liberou a utilização de cannabis medicinal (CBD) por parte de atletas paraolímpicos, que vão disputar os Jogos de Tóquio, iniciados nesta semana.
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Após décadas de estudos, pesquisas, publicações científicas e análises clínicas, ficou evidente o potencial da substância em diversos tratamentos, como para epilepsia, esclerose múltipla, transtorno do espectro autista, transtornos de ansiedade, Parkinson, Alzheimer, câncer, entre outros. Mais recentemente, em função do seu efeito anti-inflamatório e analgésico, há indicadores de que a substância é promissora para portadores de dores crônicas, como osteoartrite, fibromialgia e, no caso dos atletas de alto rendimento, para acelerar a recuperação pós-exercício.
Alguns nadadores brasileiros e medalhistas paralímpicos fazem uso da medicação. Susana Schnarndorf, que tem Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS), já relatou em entrevistas que o CBD lhe proporcionou conforto geral, não tendo mais ataques de ansiedade ou insônia. Para Talisson Glock, a substância o ajuda a controlar episódios de insônia e, para Roberto Alcalde, também diminuiu as crises de ansiedade que ele tinha.
“Já é comprovado pela ciência os benefícios e a qualidade de vida que a cannabis medicinal traz aos pacientes, muitos deles, já haviam esgotado diversas alternativas de tratamento, sem êxito. O CBD não tem efeito psicotrópico e não causa dependência, porém, o progresso dessa terapêutica esbarra no estigma e na falta de informação, o que resulta em prejuízos para quem sofre com as mais variadas doenças, muitas delas graves, refratárias e incapacitantes”, fala a neurocirurgiã Patricia Montagner, também fundadora da WeCann Academy, comunidade global e centro de estudos em Medicina endocanabinoide focada na capacitação de médicos na terapêutica.
A médica, que tem em seu rol de atendimentos aproximadamente mil pacientes tratados com cannabis medicinal, lembra que, no esporte, algumas ligas importantes já excluíram a substância da lista de substâncias proibidas – como a NBA e a MLB (Major League Baseball), e avançam na discussão sobre o tema. Ressalta ainda que, recentemente, a NFL (National Football League) investiu 1 milhão de dólares em estudos para o uso do CBD no tratamento da dor e reconhece também o potencial da substância para o tratamento de concussão cerebral e encefalopatia traumática crônica, comuns em atletas desse esporte.
No Brasil, o tema ainda é cercado de polêmicas, o que impacta o andamento do Projeto de Lei 399/15, em tramitação na Câmara dos Deputados e que prevê a legalização do cultivo no Brasil, exclusivamente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais, da cannabis sativa. Por outro lado, uma pesquisa realizada neste ano pelo polo de negócios de impacto cívico-sócio-ambiental CIVI-CO, intitulado “Cannabis é saúde”, apontou que 70% da população apoia a chamada medicina canabinoide. O levantamento ouviu mil pessoas de todas as regiões do país.
“É cada vez mais necessário e urgente expandir a compreensão da classe médica acerca do tema e esclarecer o potencial medicinal da planta à população. Partilhar dados cientificamente embasados e difundir informações técnicas qualificadas para a sociedade garantirá a milhares de pessoas o conforto e a melhora na qualidade de vida, após uma busca incansável por alternativas que lhes reduza o sofrimento”, conclui Patrícia.
Sobre a WeCann Academy
WeCann Academy é um centro de formação que conecta especialistas de relevância nacional e internacional em uma comunidade global de estudos em Medicina Endocanabinoide, interligando conhecimento científico e experiência prática.
Mais informações no site https://wecann.academy/br/