qui. nov 21st, 2024

Por Edson Violim, professor do Centro Universitário das Américas

Comemoramos em 2022 os 100 anos da Semana de Arte Moderna, que aconteceu no suntuoso prédio do Theatro Municipal de São Paulo, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922. Durante a semana vão acontecer palestras sobre o Movimento Modernista Internacional e Nacional, apresentações e exposição de arte modernista. Fundamental foi a participação do mecenas Paulo Prado que consegue que outros membros da elite paulistana, como os barões do café e indivíduos de famílias abastadas apadrinhassem a efetivação do evento.

Entre os participantes da semana cultural podemos destacar: Plínio Salgado, Oswald de Andrade, Antônio de Alcântara Machado, Mário de Andrade, Cassiano Ricardo, Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia, Heitor Villa-Lobos, Di Cavalcanti, Victor Brecheret e Anita Malfatti.

Mesmo diante de alguns questionamentos, válidos sem dúvida, segundo Ruy Castro, quais foram os objetivos da Semana de Arte Moderna? Podemos elencar a crítica a arte acadêmica; principiar o movimento modernista brasileiro inspirado nas vanguardas europeias; rompimento com o formalismo da estética artística; criar uma arte que fosse autenticamente brasileira e popularizar a arte.

Como características destacamos: experimentações estéticas; utilização da linguagem coloquial e vulgar para aproximar-se da linguagem do povo; fusão de influências externas aos elementos artísticos brasileiros; crítica ao modelo parnasiano; ausência de formalismo; ruptura com o academicismo e o tradicionalismo artístico; valorização da identidade e cultura brasileira; temáticas nacionalistas e cotidianas e a influência das vanguardas artísticas europeias, sobretudo destas: futurismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo e expressionismo.

No Brasil, onde infelizmente ainda o acesso a produção cultural é restrito a uma pequena parcela da população, destaca-se que um dos objetivos da Semana da Arte Moderna que era popularizar a arte, foi em parte atendido com o Museu da Língua Portuguesa.
Trata-se de um dos primeiros museus dedicados a um idioma falado por cerca de 260 milhões de pessoas no mundo.

Iniciativas como o Museu da Língua Portuguesa deveriam existir em profusão em um país culturalmente rico como o Brasil, porém a realidade é outra.