Por Gilberto Barroso e Vitor Azambuja
Um novo universo está tomando conta dos debates sobre Educação. Depois da tecnologia, que se tornou aliada fundamental do ensino e aprendizagem, é preciso preparar as crianças para lidar com essa grande oferta de recursos tecnológicos na construção de um mundo mais humano e acolhedor.
Aí entra a Educação 5.0, que propõe o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, preparando melhor o cidadão para lidar com os desafios atuais e do futuro, desde os anos iniciais da educação.
É extremamente necessário estimular os alunos a desenvolverem o senso crítico, a autonomia, o uso consciente e apropriado, ético, reflexivo e criativo da tecnologia. E isso deve ser aplicado desde a educação básica. Entender o que pode ou não ser absorvido por eles, e qual material deve ser compartilhado entre os alunos, é de extrema importância.
Nesse processo, o professor deve desenvolver novas habilidades e competências para aprimorar o processo pedagógico e inserir no aprendizado ferramentas digitais com intuito de criar estímulos cognitivos diferenciados.
Desde o letramento, o ensino da escrita, o educador deve estar sempre atento para que os alunos desenvolvam o senso crítico. O incentivo à leitura, para que as crianças estimulem a imaginação, a criatividade e desenvolvam um repertório, continua sendo fundamental.
Não importa se ele vai ler um livro impresso ou usar ferramentas como celular, tablets e outros aparelhos. Ler e interpretar um texto possibilita ao aluno desenvolver habilidades importantes como: autoconhecimento, memória, atenção, autoconfiança e o engajamento educacional.
Criar o hábito da leitura faz com que o aluno se questione e questione o que está lendo, principalmente no mundo digital, cheio de informações, verdadeiras ou não. Com toda certeza, um estudante com uma base cultural desenvolvida, terá grandes vantagens ao resolver problemas complexos pautados no pensamento crítico.
Segundo estudos, a Educação 5.0 afirma que conhecimentos digitais e tecnológicos são importantes, porém, pesquisadores em inovação e educação afirmam a importância do desenvolvimento das competências socioemocionais, justificando que são essas competências que capacitam o estudante para o usa da tecnologia de forma criativa, saudável e produtiva para intervir em sua realidade criando soluções relevantes para si e para a sociedade em geral.
A alfabetização continua tendo papel fundamental, lembrando que os processos de alfabetização e letramento são interdependentes. Quanto mais provida de ferramentas e bem articulada a alfabetização, mais significativa será a aprendizagem.
Para que essa equação funcione, são necessárias ações efetivas na formação dos educadores. A escola precisa estar aberta a mudanças não somente em sua estrutura física, mas curricular também. As crianças das novas gerações já estão inseridas nesse contexto de transformações.
O principal é escutá-las e observar pelo que realmente se interessam. Com esse exercício, poderemos ser surpreendidos com a escolha dos pequenos em atividades fora do contexto tecnológico, futurístico.
Não podemos ignorar o fato de que as crianças embora vivam nesse universo tecnológico, elas ainda preferem o “simples” a criação de objetos como brinquedos e jogos com as suas próprias mãos. O currículo precisa estar relacionado às mudanças e deve fazer sentido.
Questões simples como o ensino de disciplinas por mestres apaixonados por sua especialidade farão toda a diferença. O grande impacto está na transformação da escola como instituição de ensino que engloba o corpo docente, família e alunos.
O programa educacional De Criança Para Criança criou uma metodologia chamada “Criando Juntos” que tem fácil aplicação e pode ser adaptada a qualquer sistema de ensino, escola ou instituição, que motiva o estudante a aprender de forma participativa, criativa e lúdica, além de torná-lo corresponsável no processo.
Inspirada nos conteúdos propostos pelas áreas do conhecimento, como Geografia, História, Matemática, Ciências etc, a turma constrói uma história, a ilustra com desenhos dos personagens, objetos e cenários que a compõem e narram, gravando pelo celular.
Com esse material em mãos (história, desenhos e narrações), compartilhado pelo professor e alunos através de uma plataforma colaborativa, a equipe do De Criança Para Criança pode então produzir uma linda animação. Uma das maiores vantagens desta metodologia ativa é fazer com que o aluno perceba que ele é o maior responsável pela sua aprendizagem.
Quando ele se percebe entendendo os conteúdos, torna-se motivado em continuar este processo. Aliar criatividade, ludicidade, tecnologia ao aprendizado e dar voz às crianças, são, sem dúvida, os grandes diferenciais do De Criança Para Criança.
Sobre Gilberto Barroso
Pai de três filhos, é brasileiro, nascido em São Paulo. Formado em Administração, trabalhou em diversos segmentos, mas se especializou no segmento de Pay TV, atuando desde seu início no Brasil, distribuindo HBO até ser diretor da Sony Pictures.
Lançou vários canais como AXN, Warner, Sony, Cinemax, HBO, History Channel e E!. Em 2015 largou o segmento de Pay TV para lançar o programa De Criança Para Criança. Gilberto é o CEO da empresa e tem como propósito fazer com que crianças do mundo todo aprendam e compartilhem conhecimento de forma criativa e democrática.
Sobre Vitor Azambuja
Vitor Azambuja é brasileiro nascido no Rio de Janeiro. Especialista em criação, é diretor de arte e artista plástico. Formado em publicidade e piano clássico. Trabalhou em diversas agências de propaganda, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, criando filmes e anúncios para grandes anunciantes.
Foi premiado em festivais de propaganda, tais como Figueira da Foz, Colunistas, Clube de criação de São Paulo, Art Directors em Londres e New York Festival.
Realizou exposições de pinturas em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Miami e Paris. Um dos criadores do programa De Criança Para Criança. Seu propósito é fazer com que as crianças do mundo inteiro aprendam desenvolvendo a sua criatividade.
Sobre o De Criança para Criança
O programa De Criança para Criança oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. Do futuro para a escola, a proposta da startup é oferecer às crianças a oportunidade de serem protagonistas, colocando-as no centro da aprendizagem.
Através de uma plataforma simples, os professores são orientados a serem mediadores, fazendo com que os próprios alunos desenvolvam conhecimento sobre temáticas diversas.
A partir de discussões, constroem coletivamente histórias, fazem desenhos e gravam locuções relativas às narrativas criadas, que posteriormente serão transformadas em animações feitas pelo DCPC, expandindo os horizontes educacionais.